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16 de novembro de 2016

Vespa Clube de Lisboa



As lides do scooterismo nacional só foram por mim conhecidas a partir de 2005.
Na altura em que comecei a restaurar a Heinkel, previa que iria apenas fazer uns passeios sozinho, tal como em 1979, altura em que o meu avô me ofereceu essa mesma scooter.
Durante o processo conheci alguns entusiastas da Heinkel, que muito me ajudaram e pouco depois de sair à rua o ScooterPT cruzou-se comigo.
A partir daí o caminho para as pessoas do VCL foi uma linha curva, curva após curva, a 80Km/h embalado.
Tive o privilégio de conhecer gente amiga, pura e simpática.
Nos últimos 8 anos este clube foi liderado pelo João Máximo, um tipo estupidamente simpatico, que soube rodear-se de pessoas que com ele conseguiram levar o clube a atravessar sem danos os conturbados últimos anos, na continuação do bom trabalho que vinha já a ser feito pelas anteriores direções.
Ao que parece este mandato estará a terminar pelo que quero agradecer ao Máximo e sua equipa o bom trabalho levado a cabo.





Como? Se havia fotos melhores? Não. Mas havia piores!



8 de novembro de 2016

Electro Vespa

Foi mostrada na feira de Milão, a nova Vespa elétrica a comercializar pela Piaggio já em 2017.
Tem ares de Vespa Primavera da nova geração, portanto parece uma Vespa moderna qualquer, mas sem tubo de escape
O aparecimento de veículos com estas novas motorizações não só é de esperar, como virão a ser essenciais para cumprir as metas esboçadas no acordo de Paris.
As duas rodas movidas a eletrões não são novidade, existindo até alguns marcas grandes na corrida como a BMW com as C, scooters de marcas menos conhecidas e muitas construídas "em casa" sobre plataformas de máquinas a combustão interna.
Falta, obviamente torna-las acessíveis e suficientemente autónomas. De resto são soluções bem reais e que inevitavelmente virão a fazer parte do nosso panorama rodoviário.
Em conclusão, as velhinhas de que gostamos serão cada vez mais clássicas. Tratem-nas bem.
Quanto a isto das elétricas, gosto! Podiam era tirar os cromados azuis e os outros elementos que sugerem a motorização. Não servem para nada.



O selo que o carteiro trouxe


E as minhas prendas de aniversário continuam a chegar.

Desta vez pela mão do carteiro e por ordem de um amigo de infância, o Miguel Salazar.
Trata-se de uma magnífica edição limitadíssima do Rui Heinkel na sua Lambretta, com um ar marcadamente "esgazeado", após ter cumprido um passeio de 2000Km's na Handa Nagazoza, a Lambretta do motor laranja envenenado.
Obrigado Miguel Salazar.


7 de novembro de 2016

O Logo da Heinkel

No dia em que comemorei o meu aniversário dei por este artigo no blogue de um amigo:
http://hortadasvespas.blogspot.pt/2016/10/rui-heinkel-venha-buscar-sua-prenda.html

Tenho estado caladinho, receando que fosse engano. Convenhamos que um Logo da Heinkel, feito à mão e oferecido não aparece todos os dias.
Hoje fui confirmar, e era mesmo a minha prenda de aniversário do "Bob".
Obrigado Hugo. Imagino que deves ter ferido os dedos várias vezes naqueles contornos das asas, mas mesmo assim não desististe. Respect.

Muito obrigado




Já agora sabiam que ele faz coisas destas por encomenda?
Espreitem aqui: https://www.facebook.com/chavetreze/

31 de agosto de 2016

A Zorra e os tipos do pedal



A Rota da Zorra vai ser um Evento de BTT e Caminhada, de cariz solidário, organizado pelo grupo de amigos "Dar ao Ped@L", os quais tiveram já uma vez a paciência de me levar a passear.
Com a simpatia e disponibilidade deles, vai com certeza ser uma manhã gira a 9 de Outubro e valerá com toda a certeza os cinco euritos que pedem. Essa nota reverte na totalidade para os trabalhos de restauro da "Zorra" http://www.fanzeres-saopedrodacova.pt/index.php/noticias-2/noticia/34-destaque-2/1037-restauro-da-zorra
Sabem o que é uma Zorra, certo? Esta em particular, a Zorra n.º 53, transportava carvão entre São Pedro da Cova e Massarelos, em 193 e qualquer coisa, estando neste momento no Museu Mineiro de S. Pedro da Cova.
E como eles são verdadeiramente bons anfitriões, andaram a fazer choradinho às empresas da zona e vão conseguir com os trocos que lhes sacaram, oferecer-nos o seguro, umas coisitas para comer e beber, lavam-nos a bicicleta e pelos vistos a nós também. Esta ultima  parte também acho um bocado estranha, mas pronto. De qualquer forma acho que não é obrigatório e podemos voltar para casa a cheirar um bocado, mas com a bicicleta a brilhar. Se já te convenci a aparecer, vai a esta página https://daraopedal.com/ que é o site deles (sim, também há sites sem ser no Facebook :) ) e tens lá uma ligação para a inscrição.
O pior é que tens de acordar cedo para estares creio que às 9 no Museu Mineiro de S. Pedro da Cova e depois pedalar uns 30 Km's. Se bem que sendo num Domingo é uma boa alternativa a ficar a amassar as almofadas do sofá a ver o Breaking Bad pela enésima vez e a deprimir porque os dias estão mais pequenos e passadas três semanas vamos entrar no horário de Inverno.
Se fores como eu, vais perder-te vinte vezes ao tentares encontrar sozinho o ponto de partida e quando deres por ela andaste às voltas e estás nas traseiras da tua casa sem saberes como. Para reduzir as possibilidades de tal acontecer, acho que é melhor escreveres esta morada no GPS ou no telemóvel.
R. Marginal de Vila Verde, 253, 4510-324 São Pedro da Cova, ou 41°09'46.7"N 8°30'34.9"W
Espero que estejam corretas... e se não estiverem também lá vou eu parar. Bebemos umas cervejolas, dizemos uma parvoíces e voltamos para casa com as bicicletas limpas à mesma.
Que vos parece?

27 de agosto de 2016

Pausas no LaL 2016

Atravessar o pais em máquinas velhas, pequenas e como se tal não bastasse, com motores ligeiramente alterados, alia o desafio de tentar chegar ao fim com a oferta de pausas para apanhar parafusos, normalmente debaixo de sol escaldante e num qualquer cantinho deste país.
Tal actividade proporciona convívio, bronzeamento, exercício físico e teste de conhecimentos de mecânica, tudo em doses generosas, com frequência e momento imprevisíveis. A única certeza é que acaba por acontecer,
Este ano não constituiu excepção e a minha preguiça fotográfica não me permitiu registar todos os momentos. Mas outros fizeram-no. Faltará uma ou duas pausas mais, mas estas foram as que encontrei.
Foto de Castanheira

Foto de Castanheira

Foto de Vasco

Foto de Vasco

Foto de Vasco

Foto de Vasco




Houve mais momentos, mas não encontrei imagens. Desafiava-vos a encontra-los nos vossos telefones ou câmaras.



26 de agosto de 2016

1989 Km ou Lés a Lés 2016

Há poucos alturas das nossas vidas em que conseguimos juntar uma mão cheia de condições divertidas.
A partilha de estradas retorcidas, em veículos improváveis, na companhia de amigos verdadeiros é uma delas. Uma vez por ano temos conseguido.
Nem avarias na véspera do arranque nos demovem de sair para a estrada.
Depois de meses a gerir a vida pessoal, desligar de tudo e fazer-me à estrada, devagar, na minha Lambretta LI de 1963, acompanhado por amigos que percebem, sem ser precisa explicação, a (i)racionalidade da escolha de viajar por este lindíssimo pais nestas pequenas máquinas, é a minha melhor terapêutica.
O Lés a Lés é já uma desculpa, um motivo, uma base. Para partilhar a descoberta de caminhos e locais escondidos, quase secretos, as conversas despreocupadas, as reparações de beira de estrada sempre com boa disposição e as mãos sujas de óleo. Passar dias a quase sempre liderar uma imensa caravana organizada, de mais de um milhar de motos grandes, desafiando os limites das nossas em cada curva, não deixa espaço para os nossos limites físicos perceberem que estamos a conduzir à 12, 13 ou 14 horas seguidas. Acordar às 4:30 h da madrugada nem custa. Abastecer, esticar as pernas, fumar em menos de dois minutos é já o normal.
As conversas técnicas ou brincalhonas pelos intercomunicadores, os diagnósticos de potenciais falhas feitos em pleno andamento, as garrafas de óleo de mistura perdidas nos ressaltos dos caminhos, as provas de velocidade de ponta a 90 Km/h, os escapes raspados das curvas, pneus que rolam até ao limite lateral do piso.
Manetes soltas que imitam falhas iminentes, motores gripados que voltam a funcionar graças à força de pernas, autocolantes que arrancam tinta, luzes de stop que não desligam, porta bagagens que se soltam, embraiagens que escorregam, cabos de velocidades que se soltam.
Um caldeirão de emoções, liberdade, amizade, desafio.
Ficam para sempre as memórias e o viver dos momentos. Algumas imagens ajudam a voltar a sentir.
Não somos um grupo fechado de amigos, mas existe um núcleo.
Obrigado Vasco.
Obrigado Paulo.
Obrigado Miguel.














 











Fotos 5,6, 8, 10, 11, 14, 15 e 17 by Paulo Ministro. Foto 16 by Xassos Urban Cup.

Bons momentos by Vasco, Paulo, Miguel e Rui
















26 de julho de 2016

Xassos Urban Cup 2016 Motocentral Team


Em contraste com a modernidade do recente túnel que a atravessa, na passagem para a CM1240 somos levados de volta ao verdadeiro Marão, com os seus picos agrestes e vales profundos. Daqui até ao meu destino eram pouco mais de 17 Km, mas deixei que eles me tomassem o tempo que quisessem, confortavelmente embalado pelas curvas serranas que a Transalp tão bem sabe fazer, rumo a uma vila que o Lés deste ano me levou a conhecer.
Impossível errar a entrada da Vila de Fontes, com um "xasso" exposto dentro de um cubo de vidro, na rotunda que é a sua entrada.
Estava patente a dedicação e o empenho destas gentes do Norte, que já desde 2008 abraçam a iniciativa de organizar uma corrida com motorizadas dos anos 70, aquelas que faziam o dia a dia de tanta gente.
A ideia é simples. Três horas num circuito urbano, depois de uma partida à Le Mans, numa motorizada lenta, velha e insegura. Quem fizer mais voltas ganha.
Na altura o Duarte, exímio piloto conhecido como "O Foguete de Mangualde" tinha ficado entusiasmado pela ideia e desencaminhando o Miguel da Motocentral resolveram fazer equipa para este evento. Foram buscar a sucata mais esquecida no fundo da oficina, encheram-lhe os pneus e foram. A minha modesta perícia como piloto aconselhou-me a não fazer parelha com eles, mas como também precisavam de alguém para lhes prestar apoio... Chegamos ao secretariado exactamente ao mesmo tempo, às onze e 13, seguindo para o Paddock de forma a nos organizarmos. Mota abastecida e experimentada, inscrição confirmada, hora dos treinos livres. O Foguete de Mangualde acusava uma noite mal dormida, o Miguel também. Nada de importante. O Ribeiro, dono da Motocentral chega também. Estava completa uma verdadeira equipa de fábrica. E lá foram eles, à vez, experimentar a pista do "Xassos Urban Cup 2016". Regressaram entusiasmados e apreensivos em simultâneo. O circuito era estreito, com muitas curvas apertadas e descidas acentuadas. O piso tinha gravilha e as protecções eram fardos de palha e pneus. Os pilotos da Motocentral faziam tempos a rondar os 2:40.
Regressamos ao local da partida para a volta de reconhecimento que também pude fazer na minha mota.
Na verdade não iria ser fácil. Eram 51 motas das que fariam as delicias de qualquer coleccionador, algumas amarradas com arames, outras restauradas no dia anterior. Alguns pilotos sorriam com a perspectiva de umas horas divertidas, outros concentravam-se na resposta dos seus motores e travões, outros tossiam com a densa nuvem de fumo que estes pequenos motores produziam. Os caminhos eram de facto estreitos, o piso mudava rapidamente de paralelo polido para alcatrão derretido. A temperatura já subia aos 30 ºC. O volume da sonorização da pista interrompe a reprodução de Dino Meira na sua interpretação de Adeus Paris, Olá Lisboa
Motas de um lado, pilotos do outro. As Pit Babes saem da pista, 3...2...1
Numa aparente confusão os pilotos correm para as motas, ajudantes cruzam-se com pilotos, fotógrafos com comissários. Mas num fluir inesperado, todos arrancam.
O relógio começou a contar os 180 minutos de esforço extremo a que iriam ser submetidos pilotos e motores. Rapidamente se percebeu que dois ou três participantes se destacavam do pelotão, lançando duvidas sobre a real cilindrada dos seus motores.
Foi o Miguel a começar e eu após algumas imagens da partida, embrenhei-me pelo mato, tentando captar imagens melhores. Apesar de apenas existir circulação pedonal entre três pontos do circuito,  com um pouco de engenho e confiando no aspecto menos agressivo de alguns cães, fui avançando campos e quintais e conseguindo encontrar alguns pontos interessantes.
Pelo meio fui contando com a colaboração de alguns comissários de pista, bombeiros e passagens superiores improvisadas com tábuas pregadas e pranchas de andaimes. Assustava um pouco, mas se me recordar dos meus tempos de infância, andavamos de carro sem cinto, faziamos corridas de bicicleta nas estradas e bebíamos água de qualquer torneira. Apesar de completa, a organização pensa a segurança como algo que deve ser assumido pelas duas partes. O publico e os participantes. Todos respeitando deixam de ser necessárias as inúmeras proibições comuns em eventos mais conhecidos. Pude assim até ficar na passagem superior o tempo que quis, sentado ou de pé. Quando senti que estava a incomodar saí.
Já corriam há uma hora quando regressei à nossa boxe.
O termómetro marcava 37. Começamos a trocar de piloto a cada 20 ou 30 minutos, garantindo-lhes assim a hidratação necessária. Não nos era fácil perceber se estávamos bem classificados ou não, mas na verdade isso pouco importava. O sorriso estampado na cara de todos nós deixava perceber o gozo que aquilo nos estava a dar. Resolvi tirar tempos. 2:35... 2:33... 2:28... 2:20. Quanto mais conheciam a pista melhor tempo faziam. Foi preciso recordar os pilotos que a mota estava parada há 20 anos e se começavam a abusar ela poderia queixar-se. E realmente os travões foram ficando preguiçosos, as passagens de caixa de 4ª para 5ª só se conseguiam indo primeiro à 6ª, a suspensão da frente começou a bater em baixo. Mas nada parecia conseguir parar a nossa Sachs. Que pena eu tive nesta altura de não saber correr. Só me apetecia equipar e atacar a pista.
Nesta altura já mais de 20% das motas tiram desistido. Motores gripados, depósitos furados, pilotos desidratados. O sistema sonoro anuncia 20 minutos para o fim. Estava o Duarte a pilotar. Nesta altura era preciso evitar a todo o custo que alguma pequena falha mecânica nos impedisse de terminar. Pelo rádio indico-lhe para parar. Na passagem para o Miguel, abasteço e digo-lhe para apenas terminar. Sem arriscar nem stressar a maquina. Ele concorda. 2:30... 2:28... 10 minutos para o final... 5... corro para a meta com a máquina fotográfica. Chego mesmo na altura que a bandeira xadrez sai do secretariado e se dirige para a meta. Máquina em punho. Os pilotos começam a ver a bandeira a ser agitada. O Miguel também. Como uma criança apetece-me saltar, grito vitória, o Miguel acena para mim. Tinhamos conseguido. Tinhamos chegado ao fim. A Motocentral Team tinha completado com sucesso as três horas de resistência do Xassos Urban Cup 2016 na categoria Pro-Xassos, pelas mãos do Duarte e do Miguel, classificando-se em 13º lugar entre 28 motas da sua categoria, portanto motas já com algum nível de preparação, em que foi incluída apesar de não ter nenhuma preparação. Tal decisão da organização esteve correta porque estava equipada com um escape "de rendimento". Teve de ser. Quando a fomos buscar ao fundo do armazém nem escape tinha, por isso foi preciso deitar mão de um que servisse lá. Era de rendimento. Era o que havia.
Mas ninguém foi a Fontes buscar taças, mas sim diversão e essa foi mais que ganha. Adicionalmente soube bem ficar a meio da tabela das motas preparadas, com apenas gasolina e o tal escape de rendimento.
Antes da confirmação dos classificados, uma meticulosa verificação técnica abriu motores validando a cilindrada. Duas delas nem apareceram a essas verificações.
Não fiquei até ao final da entrega dos prémios pelo adiantado da hora e depois de uma bifana e duas de conversa arrumamos tudo e rumamos a casa.
E para o ano?




























Um agradecimento especial ao António Ribeiro da Motocentral que tornou possível esta participação


Por fim, avisando desde já que não sei filmar nem editar filmes, apresento 3 minutos de fumo, zumbidos e motorizadas enraivecidas: