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24 de dezembro de 2019

Bom Natal 2019

Aos meus amigos, conhecidos e aos que se dão ao incômodo de ler os sarrabiscos que escrevo, um BOM NATAL.



3 de dezembro de 2019

Gerês Recon 1




Gosto de serra.
Gosto da solidão dos sítios altos e pouco acessíveis, adoro as estradinhas que nos levam lá e perco-me a explorar pequenas aldeias ainda estão em estado quase natural.
Andar de mota por estes locais é um incrível catalisador de sensação de liberdade. Levar umas sandes, passar por lá um dia e voltar com a alma cheia.
Como área protegida, o Gerês tem tudo isto e muito mais. Especialmente saindo dos locais mais conhecidos e explorados.
A uma hora em auto-estrada (mal necessário) do Porto, resolvi ir fazer um primeiro reconhecimento.
Quase fugi ao ver a confusão de gente na vila com o mesmo nome, mas como tinha levado no GPS um track com alguns pontos interessantes, rapidamente saí das estradas conhecidas e embrenhei-me por caminhos que nem sabemos existirem. Apesar de também haverem estradas limpas, nesta altura do ano a maior parte está cheia de água, terra e folhas. Para onde quer que olhasse via pinheiros, teixos, castanheiros, carvalhos e água, muita água. Por todo o lado existem pequenas quedas de água, fontes e silêncio.
Uma ainda mais pequena estrada encaminha-me a Ermida, uma aldeia serrana com uma forte tradição pastoril, onde a criação de gado tem ainda um peso elevado na economia local. Deambulo em paz pelas suas estreitas ruelas, livres de turistas. Acabo por voltar à estrada maior. Curva após curva, sigo por Fafião e Pincães até Cabril. Tinha vindo tarde e era já mias que hora de almoço. Deparo com um pequeno restaurante, o Ponte Nova (BINA) onde por uma sopa, vitela de cortar à colher, torta de laranja, água, café, simpatia e disponibilidade me pedem 7€. Recomendo.
Por hoje chegaria de reconhecimento.
Atravesso para Frades e sigo pela margem sul do Rabagão até Alqueirão, ainda conseguindo percorrer mais uma ou duas daquelas estradas que aparecem a branco nos mapas.


















29 de novembro de 2019

Tecnologia e Conetores

3G, GPS, GPX, HD-Video, POI, siglas tecnológicas que aos poucos vão entrando no nosso quotidiano.
Mesmo os mais conservadores no que diz respeito a passeatas em duas rodas, acabam um dia por se render às evidentes vantagens da parafernália de equipamentos disponíveis para pendurar nos guiadores.
Mas esses equipamentos usam eletricidade. Muita, por vezes. O mercado, claro, atira-nos com mais aparelhos como os PowerBanks, equipamentos com autonomia elevada e uma série de outras soluções, inevitavelmente caras e poucas vezes compatíveis entre si, de modo a sacar mais uns trocos ao incauto motociclista de fim de semana.
Adicionalmente a esta evolução, na maioria das motas chegar à bateria para a carregar após períodos de inatividade, é amiúde um exercício que nos leva a desmontar mais peças do que seria razoável supor.
As máquinas que tenho na garagem são muito diferentes entre si, o que me fez assumir o desafio de encontrar uma solução universal.
Acabou por ser mais simples do que inicialmente julguei.
Numa casa de acessórios de automóveis escolhi uma mão cheia de conetores de boa qualidade, em pares macho/fêmea e liguei-os às respectivas baterias, protegidos por um fusível adequado. Coloquei a ficha num local acessível e protegido.

Na Honda

Na Heinkel

Na Vespa

Na Lambretta

Depois comecei a ver o que precisava de alimentar. Primeiro o carregamento da bateria da mota em si. Ainda com a ideia da universalidade quis usar um carregador normal, daqueles com "garras" para os pólos. Com um pouco de tubo das canalizações eléctricas, um metro de cabo multifilar, solda de estanho e fita nas cores vermelha e preta, surgiu isto:



Assim basta ligar o conetor na mota pretendida e o carregador nas cores correspondentes.

Gosto de usar como GPS um antigo telefone Android com o software OruxMaps, que não só me guia como regista o meu percurso. Ter o telemóvel bem carregado também ajuda.. Assim um trio de tomadas USB de 3A vinha sempre à mão:



Na mota maior umas tomadas USB só para ela, com interruptor e à prova de água pareceu-me bem:



Para ligar um qualquer dispositivo preparado para trabalhar a partir da tomada de isqueiro de um carro serve para muitas situações:



Se precisar de 220V uso este pequeno inversor:



A partir daqui tudo depende das vossas necessidades. Com todas as motas equipadas com a ficha fêmea, desde que não abusando do consumo, podem ligar o que quiserem. Geleiras, bombas de ar, aspiradores, sei lá. E em qualquer das motas.



28 de outubro de 2019

A Lambretta do autocolante bonito

As Lambretta são pouco vulgares em Portugal. As do modelo DL ainda mais, sendo consideradas mesmo raras.
Corre a ideia que devido à sua elevada procura pelos entusiastas Ingleses, as já poucas que por terras Lusas permaneciam, foram nos anos 90 parar a terras de sua majestade.
Assim, encontrar uma Lambretta DL a funcionar, por um preço decente, é uma tarefa árdua.
Recebi à dias uma mensagem de um conhecido deste meio, a perguntar-me se eu conheceria alguém interessado em ter uma.
Eu, claro, respondi, mas neste momento o meu portfólio estava completo. Assim pedi-lhe uns dias para pensar.
A quadrilha "4onTour" contou durante alguns anos com apenas uma Lambretta, a minha, mas este ano o Vasco tinha adquirido uma belíssima LI Golden Special e o Miguel uma imaculada LI 150 azul cueca.
Só o Paulo não tinha ainda nenhuma!
Apesar dele contar já com uma garagem bem recheada e estar neste momento na fase final do restauro de uma MZ, começamos os três a fazer pressão para ele ficar com esta Lambretta.
Afinal para que servem os amigos senão para exercer más influências e ajudar a depauperar as carteiras alheias?!
E conseguimos.
No mês passado lá fui eu buscar uma espetacular DL150, que por acaso até já era nossa conhecida nas mãos de um anterior proprietário, com pintura original, a andar perfeitamente e com um autocolante feito por mim em 2010, o que a valorizava imensamente.


Trouxe-a para casa onde ficou a fazer companhia à Handa Nagazoza.



  





 Ontem o Paulo lá conseguiu um espaço na agenda e veio, com o Miguel, busca-la.





Depois de uma cuidada análise e inspeção, quando creio até ter ouvido em surdina o seu novo dono dizer algo do estilo "Lá fui eu comprar mais um monte de sucata", acabou por se conformar, carregou-a na carrinha e rumou a terras Mouras.


 Soube depois que a deixou em casa do Miguel, para se ir acostumando à presença da LI azul cueca dele e talvez para lhe dar tempo de terminar o projeto da MZ.


Daqui a uns dias lá seguirá até à capital, chegando assim a casa. Nessa altura deverá também ser preparado o evento de apresentação à ultima Lambretta do grupo, a LI Golden Special do Vasco.

Parabéns Paulo pelo novo brinquedo e que te divirtas muito com ela.


21 de outubro de 2019

Serra de Valongo da série O Meu Quintal

Mesmo aqui no meu quintal, a Serra de Valongo oferece imensos trilhos para passear de bicicleta e observar paisagens desafogadas.
Hoje apeteceu-me ir até lá, mas também movido pela preguiça, lembrei-me de ir de Lambretta.
Afinal a "Handa Nagazoza" tinha que fazer jus às letras da matricula.
Segui assim até à Aldeia de Couce e reconhecendo o percurso que já fiz a pedal no sentido inverso, resolvi continuar.
Ao inicio o estradão de terra batida, buracos cheios de água e muita lama não colocaram grandes dificuldades, até que num local com algumas casas, um ancião recomenda-me seguir em frente, pois pela esquerda era só serra. Agradeci-lhe e para espanto dele, disse-lhe que era mesmo isso que eu queria.
À medida que o trilho piorava, cheguei a considerar dar meia volta, mas que diabo, estava a saber bem e a paisagem era já fenomenal. Aparece-me uma subida íngreme, em lousa e assustei-me um pouco. Não de cair, mas os cantos afiados destas pedras embirram em tentar cortar os pneus. Arrisquei.
Chegado ao cimo dou com uma equipa florestal num jipe, que me pergunta como diabo cheguei la acima "naquilo"! Oferecem-se para me tirar dali a Lambretta. Declino educadamente e explico que para estar num local com aquelas vistas tudo vale a pena. Concordam e já que quero continuar, dão-me o numero de telemóvel deles para se tivesse problemas mais à frente. Não tive.
Embrenhei-me pelo meu conhecido trilho, sempre em baixa velocidade e atenção máxima à lama e a poças de água de profundidade desconhecida. Uma delas ainda me molhou os pés, mas a magnifica preparação que a Motocentral fez no motor, permitiu-me chegar à Santa Justa sem percalços e todo enlameado.
Valeu mais que a pena.







14 de outubro de 2019

Porquê?

Ando de mota porque gosto.

Quando ficar demasiado velho para a usar, ela guardará as minhas lembranças.
Entretanto vou conhecendo pessoas que comigo partilham experiências e momentos.
Já me molhei, senti frio, calor, medo. Já caí, já me magoei, já me levantei.
Dentro do capacete já sorri muito, falei sozinho, cantei e talvez até já tenha chorado.
Já vi lugares maravilhosos e vivi experiências únicas.
Já curvei com destreza profissional e já conduzi como um aprendiz.
Parei mil vezes para sentir um lugar.
Já tive ajuda de desconhecidos e ajudei quem nunca tinha visto..
Saí de casa triste e voltei em paz.
Sei sempre que é perigoso e tento nunca deixar de ter medo.
Não é apenas um mero meio de transporte nem uma máquina com rodas. Não é um objeto de moda, nem um sinal de nada.
Quando me perguntam porquê, não sei responder. Por vezes suspeito que parte das sensações que me fazem sentir quem sou, estão em andar de moto.






9 de outubro de 2019

Nacional 304

O Parque do Alvão é atravessado pela Estrada Nacional 304, um percurso com 34 quilómetros com bom piso, largura suficiente, curvas ritmadas e uma vista absolutamente deslumbrante.

Steve Sutcliff, jornalista britânico, conduziu um Ford Focus ST durante uma mão cheia de dias na N304 e no vídeo “Europe’s Greatest Driving Roads” considerou a N304 “um regalo, não só pelas curvas ritmadas, mas porque em três dias terei visto menos de 20 automóveis a percorre-la.

Há outras estradas que seguem para Norte e para Sul, pelo que acho que a desafiante e um tanto sinuosa N304 não é pêra doce para muitos, mas para condutores experientes, sendo um percurso inesquecível.”

Eu, o Rogério e o David fomos espreitar.




1 de outubro de 2019

13º ScooterPT Camping



Ultimo fim de semana de Setembro.
Não é uma concentração. Não há organização, inscrições, gincanas nem porco no espeto.
Não se sabe quem aparece nem há confirmações.
É apenas um ponto no mapa onde alguns amigos com o gosto comum pelas scooters, uma vez por ano e desde 2007, se encontram para conversarem ou para o que lhes apetecer. Na verdade o primeiro foi em 2001, sob o nome de Portugal Vespa, mas só os dinossauros é que se recordam
Por vezes trazem carro, esposa, filhos ou motas grandes, mas a maioria vem de scooter. Máquinas velhas, novas, assim-assim, restauradas, reparadas ou nem por isso. alguns conseguem lá chegar a rolar, outros a empurrão.
Dormem em tendas, cabanas, auto-caravanas ou como calha.
Mantém um código de conduta único: WHITSIT.

Assim, se gostavas de saber como foi, tinhas de ter aparecido.
Ai, não fui porque não tinha tempo, era longe, estava frio... Há quem apareça de calções e camisola porque nem tempo teve de ir a casa depois do trabalho... e mesmo assim aparecem. Há quem gripe o motor a caminho e mesmo assim chegam. Há quem desmarque o próprio casamento para ir (a sério).

-Caixa de óculos na valeta.
-Eu tenho Internet.
-Ia com o jipe avariado para eles se entreterem.
-Vocês dão-me sono
-Mais vale um coração duro que dois pistões moles.


Obrigado a todos. Foi fenomenal.















(Foto do Mauro)