Por mim começava já a desmontar
tudo dentro, mas como preciso ter a carrinha pronta a ajudar numa mudança que
pode acontecer a quaquer momento, escondi as ferramentas pesadas e vou fazendo
reparações mais pequenas. Igualmente necessárias mas que não implicam a
imobilização por vários dias. Mas o lixo que ela tem por dentro anda a mexer-me
com os nervos. Mesmo sem desmontar todo o interior, tenho de atenuar o
problema.
Os bancos fedem ao longe. E são
muitos. Tenho andado com eles tapados com capas plásticas, para proteger a
minha roupa, não os estofos. A terceira fila está só suja, fede menos e tem
muita napa rasgada. Mesmo com cortes. Porque diabo será que começo a suspeitar
que andou por perto gente que gosta de armas brancas? Ah, já sei. Isto estava
debaixo de um dos bancos
A fila do meio está imunda e com alguns rasgões mas com a espuma firme.
O banco do condutor está rasgado de lado, vulgar nas carrinhas pois é preciso subir para entrar e nas costas parece um pano solto, sem molas nem espuma. Igualmente sujo por todo. O banco do passageiro, esse pronto, está sujo e um pouco gasto mas nada demais.
Decido então tirar as duas filas traseiras e aplicar todos os desengordurantes e detergentes fortes que encontrei, lixivia incluída. De molho uns dias e de seguida umas mangueiradas valentes com pressão. Melhoraram francamente e a quantidade de água suja que saía era assustadora.
Uma semana a secarem e já estão utilizáveis.
Na verdade não os vou utilizar já e bem que mereciam ser estofados, mas mais lá
para a frente vejo.
Com esta limpeza o mau cheiro
passou de insuportável a muito difícil de suportar. Algumas melhorias,
portanto.
Com os bancos cá fora decidi
começar a desmantelar o interior, ou melhor, a deitar fora o interior.
Apareceram moedas, pregos,
parafusos, bocados de vidro, brocas...
A alcatifa parecia plástica de tanta gordura, a cobertura da cava das rodas apresentava uma cor indefinida e o plástico junto à chapa não quis ainda sair todo. Existem algumas peças de fixação dos bancos que estão a fazer-se de teimosas. Mesmo assim achei por bem começar a lavar o interior. Estacionei a carrinha numa rampa ingreme, abri a traseira, tapei o banco do condutor e com recurso a um forte detergente para chão e uma máquina de alta pressão estive meia hora a ver lama a escorrer lá de dentro, que estranhamente alternava entre o castanho e o preto...
Mais uma semana na garagem a
secar, desta vez com a ajuda de um desumidificador.
Enquanto esperava que secasse
fui limpando melhor os vidros com a ajuda de um raspador de uma placa
vitrocerâmica, pois havia sujidade que só assim consegui tirar. As costas do
banco do condutor pareciam um pano oco. Desmontei e percebi que as molas
estavam partidas. Reparação fácil. Mais difícil foi lavar o tecido e a espuma.
Mas ficou feito e com tudo reposto até se está confortável.
Até já.