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10 de agosto de 2021

A Vanettencarnada

Um amigo meu tinha uma Toyota Liteace. Íamos a todo o lado nela e sempre muitos. A musica estava  no máximo a tocar uma cassette gravada por um DJ na discoteca onde iamos amiude. Ainda a tenho por aí. Eram sempre momentos divertidos. Terá sido aí que o desejo de ter um veículo daquele tipo entrou na minha lista de coisas a fazer... um dia. Guardada lá no fundo da lista.

Fui passando muitas vezes por carrinhas, maiores ou menores... mas a vida pedia outras coisas. Havia prioridades a respeitar.

Dava mais atenção às VW T1 e T2 e suas conversões para caravana. Mas muitos olhavam também e começaram a ser vendidas por preços exorbitantes, com imensas mazelas escondidas e todo o tipo de explorações de mercado. Claro que as esqueci.

Fui olhando ao redor e reparei que as VW T5 também poderiam ser uma ideia, mas convenhamos que é apenas uma carrinha boa, não uma "pão de forma" nem nada fora do vulgar.

Recentemente um amigo com gostos comuns atira-me então com a informação de que existiam umas carrinhas Japonesas, feias, robustas e menos conhecidas por cá, que até ele já tinha tido vontade de comprar. Fui investigar.

De facto existem! E adicionalmente são lentas, pesadas de conduzir, tremem como se não houvesse amanhã, travam apenas a pedido e com marcação antecipada e com algum jeito conseguem atingir em descidas pronunciadas a velocidade maxima legal estabelecidas para dentro das localidades.

Mesmo como eu gosto portanto! comecei à procura de uma que quisesse mudar de dono.

Várias padeciam de apodrecimentos multiplos, outras de condição mecânica duvidosa, outras de etiquetas de preço retiradas de malas de senhora à venda na  Galleria Vittorio Emanuele II.

Até que me falam de uma, avariada, por preço baixo, pouco incompleta, sem ferrugem e com caracteristicas de legalização muito polivalentes. Fui ver. Pareceu-me perceber que não funcionava por um problema simples e arrisquei a compra.

No dia seguinte voltei munido de ferramentas, bateria, gasóleo e esperança. Fiz umas rezas e deitei mão à obra. Meia hora depois ela ressuscitava. Tinha tido sorte, era o problema esperado, algo de fácil solução, mas que tinha atirado a Nissan Vanette para o fundo de um barraco por uma década.

Nem arrisquei desligar de novo o motor e trouxe-a para casa. Faltam-lhe várias peças, as que tem estão estragadas ou gastas, está baça, cansada e tem ar de abandonada. Abandonada e triste.

Vou tentar dar-lhe uma segunda vida. A primeira começou quando a 29/12/1993 o Sr. Armindo a foi comprar a Águeda, a segunda começa agora.





1 comentário:

  1. O melhor das vans japonesas é a relativa facilidade para adaptar tração às 4 rodas, muito mais difícil de implementar às Volkswagen T1 e T2.

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