Olha lá. Que fazes em Novembro? (era Setembro)
Começou mais ou menos assim o mail do Vasco a desafiar-me para uma passeata até Milão com um bom pretexto por trás: Visitar a reputadíssima EICMA, uma das maiores feiras mundiais de duas rodas. Não é fácil assumir assim um compromisso a longa distância, mas com a simbiose que temos tido em viagens, a voar baixinho mas em duas rodas, não podia perder a oportunidade. Aceitei, claro e lá começaram os preparativos. O Vasco tratou logo das passagens de avião, low-cost como convém nos dias que vivemos e começou a procura por alojamento. Nunca tinha viajado de avião por menos de uma nota de cem mas fiquei agradavelmente surpreso. Este tipo de viagens tem particularidades que têm de ser respeitadas, é verdade, como por exemplo o limite do tamanho da bagagem, o que me obrigou a uma procura intensa por uma mala que respeitasse a volumetria exigida. Constou-me que são totalmente intransigentes neste aspecto e surpreendeu-me o facto de a oferta comercial destas bagagens de mão ser escassa. Lá consegui resolver o assunto com uma mala emprestada por uma amiga que usa bastante estes voos. Alojamento foi a próxima etapa e uma busca na net e uns telefonemas para uns amigos encaminhou-nos para um certo Hostel e lá fizemos a reserva. Mas este assunto ainda ia ter próximos episódios...
Passamos então a tratar de arranjar veículo para nos deslocarmos em Milano. A intenção de alugar duas Scooters ruiu rapidamente, quando constatamos que lá quase não existe quem alugue estes veículos!! E os que o fazem pedem preços exorbitantes, mais taxa para entregar e levantar no aeroporto, mas taxa por ser domingo, mais taxa para capacete, mais... de tal forma que iríamos acabar por pagar pelas Scooters quase tanto como para alugar um Porsche! Para rematar quando confrontamos a empresa com este facto, ainda tiveram a lata de nos desejar um bom passeio com o Porsche. Lamentável. Ainda mais quando no nosso pequeno país à beira mar plantado, do qual tendemos a ser tão críticos, é fácil e barato este tipo de aluguer como já relatei aqui.
Lá acabamos por reservar um carro, dos mais baratinhos, já agora.
Comboio até Lisboa (que me custou mais que o avião para Milão) onde me encontrei com o Vasco e siga para Milão. O voo saiu à hora e aparte o facto de não existirem lugares marcado no avião, não notei diferenças significativas neste tipo de voo. Basicamente é como uma viagem de camioneta, mas que voava. O pessoal de bordo é prestável, as hospedeiras giras, paga-se para comer ou beber e até lotaria é vendida a bordo. Agradou-me o conceito. Não me agradaram as olheiras do pilto. Enfim.
Na chegada ao aeroporto de Malpensa, dentro do horário, já nos esperava o carro reservado que acabou por ser um Alfa-Romeu Mito Diesel, arrastadeira mode (depois explicamos), estacionado a poucos metros do terminal. Um luxo.
Começou mais ou menos assim o mail do Vasco a desafiar-me para uma passeata até Milão com um bom pretexto por trás: Visitar a reputadíssima EICMA, uma das maiores feiras mundiais de duas rodas. Não é fácil assumir assim um compromisso a longa distância, mas com a simbiose que temos tido em viagens, a voar baixinho mas em duas rodas, não podia perder a oportunidade. Aceitei, claro e lá começaram os preparativos. O Vasco tratou logo das passagens de avião, low-cost como convém nos dias que vivemos e começou a procura por alojamento. Nunca tinha viajado de avião por menos de uma nota de cem mas fiquei agradavelmente surpreso. Este tipo de viagens tem particularidades que têm de ser respeitadas, é verdade, como por exemplo o limite do tamanho da bagagem, o que me obrigou a uma procura intensa por uma mala que respeitasse a volumetria exigida. Constou-me que são totalmente intransigentes neste aspecto e surpreendeu-me o facto de a oferta comercial destas bagagens de mão ser escassa. Lá consegui resolver o assunto com uma mala emprestada por uma amiga que usa bastante estes voos. Alojamento foi a próxima etapa e uma busca na net e uns telefonemas para uns amigos encaminhou-nos para um certo Hostel e lá fizemos a reserva. Mas este assunto ainda ia ter próximos episódios...
Passamos então a tratar de arranjar veículo para nos deslocarmos em Milano. A intenção de alugar duas Scooters ruiu rapidamente, quando constatamos que lá quase não existe quem alugue estes veículos!! E os que o fazem pedem preços exorbitantes, mais taxa para entregar e levantar no aeroporto, mas taxa por ser domingo, mais taxa para capacete, mais... de tal forma que iríamos acabar por pagar pelas Scooters quase tanto como para alugar um Porsche! Para rematar quando confrontamos a empresa com este facto, ainda tiveram a lata de nos desejar um bom passeio com o Porsche. Lamentável. Ainda mais quando no nosso pequeno país à beira mar plantado, do qual tendemos a ser tão críticos, é fácil e barato este tipo de aluguer como já relatei aqui.
Lá acabamos por reservar um carro, dos mais baratinhos, já agora.
Comboio até Lisboa (que me custou mais que o avião para Milão) onde me encontrei com o Vasco e siga para Milão. O voo saiu à hora e aparte o facto de não existirem lugares marcado no avião, não notei diferenças significativas neste tipo de voo. Basicamente é como uma viagem de camioneta, mas que voava. O pessoal de bordo é prestável, as hospedeiras giras, paga-se para comer ou beber e até lotaria é vendida a bordo. Agradou-me o conceito. Não me agradaram as olheiras do pilto. Enfim.
Na chegada ao aeroporto de Malpensa, dentro do horário, já nos esperava o carro reservado que acabou por ser um Alfa-Romeu Mito Diesel, arrastadeira mode (depois explicamos), estacionado a poucos metros do terminal. Um luxo.
Rapidamente compreendemos a utilidade de um GPS em terras estranhas, sendo que chegamos ao Hotel sem percalços. Hotel que é como quem diz...
Casa de banho, nada! Encontramos a "nossa" casa de banho no outro lado do corredor, sendo que se tratava das instalações sanitárias dos deficientes. Um cubículo de 6 m2 onde se concentravam, jurava eu que no mesmo local físico, a sanita, o bidé e o chuveiro. Só o chuveiro em si. Uma mangueira na parede a atirar água para o chão. De passagem percebemos os aluquetes ao vermos um outro hóspede a abrir um cacifo enorme para onde atirava os seus conspurcados haveres. As paredes do corredor estavam cobertas deles e os outros quartos eram afinal camaratas onde se misturavam odores, raças e sexos.Se quiseres vamos para outro lado, mas já é um bocado tarde para arranjar hotel, não achas?Até achava, mas não o suficiente para conseguir perceber as vantagens de dormir ali em vez de dormir no carro. Saímos e até chegar ao Mito (arrastadeira mode, depois explicamos:)) continuei a abusar da paciência do Vasco, já quase conformado com a falta de condições e disse-lhe que não queria ficar ali.Ok, vamos embora, respondeu-me a rir. A capacidade deste meu companheiro de viagens em alinhar com as minhas sugestões e as minhas irresponsabilidades não cessa de me surpreender. Gracie, amigo.
E agora? Vamos procurar na net com o telefone. Pois sim. Pode ser muito bonito para redes sociais e outras tretas do género, mas tentem lá net a sério num telefone com 4 anos.
O Ostelo AIG Piero Rota é uma imitação fraca das nossas Pousadas da Juventude mas a preços de um verdadeiro hotel. Com uma localização central, local para estacionar e com um aspecto aprazível, até parecia uma boa escolha, mas...
Lá entramos e aguardamos a nossa vez na recepção, igual à bilheteira de uma central de camionagem de província, azulejos de casa de banho nas paredes incluídos, atrás de uma chinesa mais pequena que a mala que transportava mas com atributos que lhe permitiam captar os olhares mais distraídos e de um individuo de sexualidade indistinta e originário não sei de onde, o que nos permitiu ter tempo para olhar em volta. As nossas suspeitas aumentavam. Na parede do "guichet" em vez das chaves dos quartos víamos aluquetes! Sim, aluquetes! Ao fundo a sala de convívio era tal e qual um café dos antigos, com mesas e cadeiras de fórmica e televisor pendurado. Hum mm. Os clientes à nossa frente eram aviados com um aluquete e lençóis num saco de plástico e chegava a nossa vez. Atendidos por um solícito italiano com cerca de 285Kg e uns 2,35m, lá explicamos que tínhamos uma reserva para um quarto duplo !com toalhas!
Concerteza e após pagarmos lá nos deu as chaves do quarto. Não um aluquete, mas sim chaves, explicando que uma era da entrada do estabelecimento, outra do quarto e outra da... casa de banho! Como!? Da casa de banho?! Mau! Lá procuramos o quarto. De passagem vislumbramos uma casa de banho (comum?) onde preferimos não olhar segunda vez. Se dúvidas ainda houvesse a falta de qualidade do quarto foi a gota de água. Três camas de ferro com lençóis e cobertores velhos e surrados, um armário que eram apenas prateleiras sem porta, um suporte de televisor sem televisor, cortinados do mesmo tecido das cobertas, nada de ar condicionado e fazia frio.Lá entramos e aguardamos a nossa vez na recepção, igual à bilheteira de uma central de camionagem de província, azulejos de casa de banho nas paredes incluídos, atrás de uma chinesa mais pequena que a mala que transportava mas com atributos que lhe permitiam captar os olhares mais distraídos e de um individuo de sexualidade indistinta e originário não sei de onde, o que nos permitiu ter tempo para olhar em volta. As nossas suspeitas aumentavam. Na parede do "guichet" em vez das chaves dos quartos víamos aluquetes! Sim, aluquetes! Ao fundo a sala de convívio era tal e qual um café dos antigos, com mesas e cadeiras de fórmica e televisor pendurado. Hum mm. Os clientes à nossa frente eram aviados com um aluquete e lençóis num saco de plástico e chegava a nossa vez. Atendidos por um solícito italiano com cerca de 285Kg e uns 2,35m, lá explicamos que tínhamos uma reserva para um quarto duplo !com toalhas!
Casa de banho, nada! Encontramos a "nossa" casa de banho no outro lado do corredor, sendo que se tratava das instalações sanitárias dos deficientes. Um cubículo de 6 m2 onde se concentravam, jurava eu que no mesmo local físico, a sanita, o bidé e o chuveiro. Só o chuveiro em si. Uma mangueira na parede a atirar água para o chão. De passagem percebemos os aluquetes ao vermos um outro hóspede a abrir um cacifo enorme para onde atirava os seus conspurcados haveres. As paredes do corredor estavam cobertas deles e os outros quartos eram afinal camaratas onde se misturavam odores, raças e sexos.Se quiseres vamos para outro lado, mas já é um bocado tarde para arranjar hotel, não achas?Até achava, mas não o suficiente para conseguir perceber as vantagens de dormir ali em vez de dormir no carro. Saímos e até chegar ao Mito (arrastadeira mode, depois explicamos:)) continuei a abusar da paciência do Vasco, já quase conformado com a falta de condições e disse-lhe que não queria ficar ali.Ok, vamos embora, respondeu-me a rir. A capacidade deste meu companheiro de viagens em alinhar com as minhas sugestões e as minhas irresponsabilidades não cessa de me surpreender. Gracie, amigo.
E agora? Vamos procurar na net com o telefone. Pois sim. Pode ser muito bonito para redes sociais e outras tretas do género, mas tentem lá net a sério num telefone com 4 anos.
Vamos telefonar para as nossas marias e depois de as deixarmos gozar com a nossa situação uns vinte minutos elas vão ajudar-nos por certo. E ajudaram! E gozaram, muito e por muito tempo.
Mas a verdade é que rapidamente tínhamos o recepcionista do Ibis Milano á nossa espera. Ficou provado que atrás de um grande homem está uma grande mulher. Obrigado Graça, Obrigado Rita.Dali ao Hotel foram 5 minutos, mais uma vez graças ao GPS e num ápice estávamos convenientemente instalados e prontos para ir jantar.
Eram duas da manhã mas acho que por vezes atraímos a sorte. Não tínhamos andado mais de três quarteirões, quando nos surge uma verdadeira Trattoria Italiana, aberta e com aspecto acolhedor, cheia de scooters á porta, onde nos serviram as melhores pizzas que já provei. O ambiente era totalmente latino e nem apetecia sair. Mas eram três e meia e amanhã havia feira.
O acordar foi cedo:
Até amanhã... ou depois.
Rui, o teu blog está um "must"...
ResponderEliminarParabéns e um abraço pá!
CSampaio
E mais nada... mas olha que o quarto da foto nem é mau!!!
ResponderEliminarE se o banco da TA te dá cabo das costas, imagina aquelas camas em ferro fu(n)dido!!!
Ir a Itália e não alugar um Ferrari????
ResponderEliminarAlfa Mito???
Bela crónica Amigo, continua!!
Grande Rui, gostei de reviver as divertidas peripécias Milanesas, que grande fim de semana! Agora que começaste tens que acabar. :-)
ResponderEliminarObrigado!
Abraço,
Vasco
Até posso tentar, mas tenho receio que me faltem alguns pormenores dos outros dias :)
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