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28 de outubro de 2019

A Lambretta do autocolante bonito

As Lambretta são pouco vulgares em Portugal. As do modelo DL ainda mais, sendo consideradas mesmo raras.
Corre a ideia que devido à sua elevada procura pelos entusiastas Ingleses, as já poucas que por terras Lusas permaneciam, foram nos anos 90 parar a terras de sua majestade.
Assim, encontrar uma Lambretta DL a funcionar, por um preço decente, é uma tarefa árdua.
Recebi à dias uma mensagem de um conhecido deste meio, a perguntar-me se eu conheceria alguém interessado em ter uma.
Eu, claro, respondi, mas neste momento o meu portfólio estava completo. Assim pedi-lhe uns dias para pensar.
A quadrilha "4onTour" contou durante alguns anos com apenas uma Lambretta, a minha, mas este ano o Vasco tinha adquirido uma belíssima LI Golden Special e o Miguel uma imaculada LI 150 azul cueca.
Só o Paulo não tinha ainda nenhuma!
Apesar dele contar já com uma garagem bem recheada e estar neste momento na fase final do restauro de uma MZ, começamos os três a fazer pressão para ele ficar com esta Lambretta.
Afinal para que servem os amigos senão para exercer más influências e ajudar a depauperar as carteiras alheias?!
E conseguimos.
No mês passado lá fui eu buscar uma espetacular DL150, que por acaso até já era nossa conhecida nas mãos de um anterior proprietário, com pintura original, a andar perfeitamente e com um autocolante feito por mim em 2010, o que a valorizava imensamente.


Trouxe-a para casa onde ficou a fazer companhia à Handa Nagazoza.



  





 Ontem o Paulo lá conseguiu um espaço na agenda e veio, com o Miguel, busca-la.





Depois de uma cuidada análise e inspeção, quando creio até ter ouvido em surdina o seu novo dono dizer algo do estilo "Lá fui eu comprar mais um monte de sucata", acabou por se conformar, carregou-a na carrinha e rumou a terras Mouras.


 Soube depois que a deixou em casa do Miguel, para se ir acostumando à presença da LI azul cueca dele e talvez para lhe dar tempo de terminar o projeto da MZ.


Daqui a uns dias lá seguirá até à capital, chegando assim a casa. Nessa altura deverá também ser preparado o evento de apresentação à ultima Lambretta do grupo, a LI Golden Special do Vasco.

Parabéns Paulo pelo novo brinquedo e que te divirtas muito com ela.


21 de outubro de 2019

Serra de Valongo da série O Meu Quintal

Mesmo aqui no meu quintal, a Serra de Valongo oferece imensos trilhos para passear de bicicleta e observar paisagens desafogadas.
Hoje apeteceu-me ir até lá, mas também movido pela preguiça, lembrei-me de ir de Lambretta.
Afinal a "Handa Nagazoza" tinha que fazer jus às letras da matricula.
Segui assim até à Aldeia de Couce e reconhecendo o percurso que já fiz a pedal no sentido inverso, resolvi continuar.
Ao inicio o estradão de terra batida, buracos cheios de água e muita lama não colocaram grandes dificuldades, até que num local com algumas casas, um ancião recomenda-me seguir em frente, pois pela esquerda era só serra. Agradeci-lhe e para espanto dele, disse-lhe que era mesmo isso que eu queria.
À medida que o trilho piorava, cheguei a considerar dar meia volta, mas que diabo, estava a saber bem e a paisagem era já fenomenal. Aparece-me uma subida íngreme, em lousa e assustei-me um pouco. Não de cair, mas os cantos afiados destas pedras embirram em tentar cortar os pneus. Arrisquei.
Chegado ao cimo dou com uma equipa florestal num jipe, que me pergunta como diabo cheguei la acima "naquilo"! Oferecem-se para me tirar dali a Lambretta. Declino educadamente e explico que para estar num local com aquelas vistas tudo vale a pena. Concordam e já que quero continuar, dão-me o numero de telemóvel deles para se tivesse problemas mais à frente. Não tive.
Embrenhei-me pelo meu conhecido trilho, sempre em baixa velocidade e atenção máxima à lama e a poças de água de profundidade desconhecida. Uma delas ainda me molhou os pés, mas a magnifica preparação que a Motocentral fez no motor, permitiu-me chegar à Santa Justa sem percalços e todo enlameado.
Valeu mais que a pena.







14 de outubro de 2019

Porquê?

Ando de mota porque gosto.

Quando ficar demasiado velho para a usar, ela guardará as minhas lembranças.
Entretanto vou conhecendo pessoas que comigo partilham experiências e momentos.
Já me molhei, senti frio, calor, medo. Já caí, já me magoei, já me levantei.
Dentro do capacete já sorri muito, falei sozinho, cantei e talvez até já tenha chorado.
Já vi lugares maravilhosos e vivi experiências únicas.
Já curvei com destreza profissional e já conduzi como um aprendiz.
Parei mil vezes para sentir um lugar.
Já tive ajuda de desconhecidos e ajudei quem nunca tinha visto..
Saí de casa triste e voltei em paz.
Sei sempre que é perigoso e tento nunca deixar de ter medo.
Não é apenas um mero meio de transporte nem uma máquina com rodas. Não é um objeto de moda, nem um sinal de nada.
Quando me perguntam porquê, não sei responder. Por vezes suspeito que parte das sensações que me fazem sentir quem sou, estão em andar de moto.






9 de outubro de 2019

Nacional 304

O Parque do Alvão é atravessado pela Estrada Nacional 304, um percurso com 34 quilómetros com bom piso, largura suficiente, curvas ritmadas e uma vista absolutamente deslumbrante.

Steve Sutcliff, jornalista britânico, conduziu um Ford Focus ST durante uma mão cheia de dias na N304 e no vídeo “Europe’s Greatest Driving Roads” considerou a N304 “um regalo, não só pelas curvas ritmadas, mas porque em três dias terei visto menos de 20 automóveis a percorre-la.

Há outras estradas que seguem para Norte e para Sul, pelo que acho que a desafiante e um tanto sinuosa N304 não é pêra doce para muitos, mas para condutores experientes, sendo um percurso inesquecível.”

Eu, o Rogério e o David fomos espreitar.




1 de outubro de 2019

13º ScooterPT Camping



Ultimo fim de semana de Setembro.
Não é uma concentração. Não há organização, inscrições, gincanas nem porco no espeto.
Não se sabe quem aparece nem há confirmações.
É apenas um ponto no mapa onde alguns amigos com o gosto comum pelas scooters, uma vez por ano e desde 2007, se encontram para conversarem ou para o que lhes apetecer. Na verdade o primeiro foi em 2001, sob o nome de Portugal Vespa, mas só os dinossauros é que se recordam
Por vezes trazem carro, esposa, filhos ou motas grandes, mas a maioria vem de scooter. Máquinas velhas, novas, assim-assim, restauradas, reparadas ou nem por isso. alguns conseguem lá chegar a rolar, outros a empurrão.
Dormem em tendas, cabanas, auto-caravanas ou como calha.
Mantém um código de conduta único: WHITSIT.

Assim, se gostavas de saber como foi, tinhas de ter aparecido.
Ai, não fui porque não tinha tempo, era longe, estava frio... Há quem apareça de calções e camisola porque nem tempo teve de ir a casa depois do trabalho... e mesmo assim aparecem. Há quem gripe o motor a caminho e mesmo assim chegam. Há quem desmarque o próprio casamento para ir (a sério).

-Caixa de óculos na valeta.
-Eu tenho Internet.
-Ia com o jipe avariado para eles se entreterem.
-Vocês dão-me sono
-Mais vale um coração duro que dois pistões moles.


Obrigado a todos. Foi fenomenal.















(Foto do Mauro)