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31 de março de 2014

Carrinhas VW

Foi há mais de 20 anos que eu e a minha namorada, agora minha mulher, fomos ver ali para os lados de Arca D'água, uma carrinha VW azul e não em muito bom estado. Movia-me a promessa de liberdade que estes veículos têm feito e cumprido durante anos a milhares de pessoas.
Não concretizamos o negócio e o assunto ficou esquecido.
Bem, esquecido não tanto. Mais adormecido.
Seguiu-se o trabalho, o casamento, filhos, vida real portanto, mantendo o gosto, quase desejo, no estado latente em que ainda hoje se encontra.
Tirando talvez alguns exemplos da beleza feminina, há pouca coisa que os meus olhos sigam instintivamente. Uma carrinha VW é seguramente uma dessas coisas.
Criada por Alemães e com os Brasileiros a ajudar a perpetuar, este modesto veículo continua nos meus sonhos de viagem. Nem que seja na viagem para o lar. Nem que seja Kombi.


26 de março de 2014

Kitanço Nagazoza 10 (A Laranja Mecânica)

Sem analogia ou relação com o livro de Anthony Burgess sugerido no titulo, excepto talvez pela data de publicação, próxima da do fabrico desta Lambretta, escolhi a lacagem em laranja para destacar o coração mecânico que temos estado a espremer.
Bem sei que a cor talvez não melhore de forma direta a performance deste "Small casings", mas tal como um escape sonoro, deverá chamar a atenção. Para o bem e para o mal.
Há também quem afirme que este tipo de alterações aumenta subconscientemente a potência em cerca de 0,00014Bhp / 7000rpm.
Veremos.





19 de março de 2014

Kitanço Nagazoza 9 (Boost Port ou a Janela das Traseiras)

Após o revés com a janela (panorâmica) de escape, lá se retomou o trabalho, para a frente, que é esse o caminho.
Cilindro encamisado e novas janelas abertas.


Em primeiro lugar percebemos que os técnicos da Motocentral nem têm tido tempo de lavar as mãos. O que importa é continuar com o trabalho no motor.
Em segundo percebemos pela primeira foto, que a tradicional janela de escape de forma oval simples, foi agora substituída por uma janela mais larga com uma "ponte" a meio. Este apoio adicional aos segmentos em conjunto com uns segmentos finos, vai permitir um timing de 160º ou mais e com uma largura total na janela a rondar os 70%.
Ainda em segundo lugar, mas na foto de baixo, percebe-se a inclusão de uma janela "falsa" que os entendidos gostam de chamar de "Boost Port". Eu acho mais engraçado "Janela das Traseiras". Manias.

16 de março de 2014

O par de 3 mais quatro. O prólogo e o resto

Junho de 2013
Após dois anos de pausa, regressei à "Scuderia Serenissima" e ao Lés a Lés, desta vez com a minha Vespa T5, preparada para o passeio já desde 2011.


Esta15ª edição prometia atalhos, caminhos, ribeiros e trilhos, de Fafe até Aljezur por Castelo de Vide.

Logo na sexta-feira seguimos do Porto até Guimarães, onde o nosso anfitrião Paulo Salgado nos ofereceu um churrasco, uma visita ao Vespa Clube de Guimarães e aos meandros do Centro Comercial local.





Sábado rumamos a Fafe, onde após as verificações técnicas e documentais, reencontrei um amigo de infância que há anos não via, o Paulo Neves, também participante.

Confirmava-se também a presença das duas equipas de Lambrettas, com quatro magnificas máquinas cujas idades somadas rondavam os 150 anos! Iriam desfazer-se definitivamente as dúvidas, se as houvesse ainda, acerca da fiabilidade destas Italianas em percursos maiores.




No prólogo que agora começava, levamos o Paulo Salgado connosco como convidado de honra que não resistiu à tentação de descolar a sua Vespa do chão no troço do Rali de Portugal.


Tempo para um lanche com a visita do segundo piloto da Lambretta DL(I) que veio reconhecer o terreno e o ambiente. Mas só começaria a pilotar na 2ª Feira.

Regressamos a casa, tratamos de pormenores de ultima hora e após um retemperador jantar de novo oferecido pelo Paulo, fomos descansar que amanhã já seria a sério e a nossa hora de saída era às seis da manhã.
Os Lal (não) são todos iguais. E não me refiro ao percurso, mas sim às emoções. Este foi um LaL de pessoas. Diferentes e em sintonia.
A Scuderia Serenissima adotou um terceiro membro, o Paulo Coelho, que com a sua PX nos deu o prazer da sua companhia e mais importante ainda, tinha um Jerrycan cheio:

e as duas equipas de Lambrettas tinham um quinto piloto "undercover".

O primeiro dia, chuvoso, exigiu atenção e cuidado na estrada










Mas tudo valeu a pena para a minha surpresa em Castelo de Vide. A minha mulher, a Graça, brindou-me com um beijo no final desta etapa. Obrigado, Graça.

 O segundo dia, já com bom tempo, levava-nos a Aljezur com almoço em Portel

Jerrycan's sempre por perto

O mar a aparecer na costa Alentejana


E a óbvia consagração em Aljezur das Lambrettas, que me fez olhar de modo diferente para a que mora na minha garagem

Pelo meio nestes dois dias ficaram um trilho na Lousã bom para motas de enduro, um furo no Centro Geodésico de Portugal (sim, porque eu não furo em qualquer lado), os amortecedores da minha scooter que partiram obrigando-me a um exercício extra de equilíbrio e antecipação de irregularidades na estrada, a minha busca incessante de gasolina que satisfizesse a sede do meu motor, mesmo que fosse à custa da canibalização dos Jerrycan's dos outros, uma Lambretta que não se deixa apanhar nas curvas nem por BMW's, uma ribeira a vau e uma Lambretta com tosse. Tudo isto "Mixed, not stirred", com muita diversão, pó e quase aventura. No dia seguinte o sol confortava as scooters





Regresso calmo com estadia em Torres, onde a filha do Vasco recorda-me o importante


O mar chama-me na Nazaré

Espreito o Tamanco

E chego sujo, cansado e ansioso pelo próximo

Talvez de Lambretta.
Obrigado Vasco, Paulo Salgado, Graça, Hugo Oliveira, Paulo (BMW), Paulo Simões, Duarte, Rui Carvalho, Bruno Canha, Totti, Motocentral e ao Ernesto Brochado por mais um percurso magnificamente desenhado.



11 de março de 2014

MB Developments

Quando decidi que estava na altura de avivar o andamento da Handa Nagazoza, comecei à procura pelas "internetes" de informação que me permitisse perceber o que queria fazer e como.
Quase tudo o que encontrei ou eram artigos com uma intenção meramente publicitária a esta ou aquela marca de componentes ou oficinas ou então eram comentários que se percebiam pouco conhecedores, os normalmente chamados palpites, que era a ultima coisa que eu procurava.
Já quase a desistir, dei com um site técnico, de um tal Mark Broadhurst com uma filosofia radicalmente diferente.
Este senhor explicava o que devia ser feito, como e acima de tudo, porquê. Vim a saber mais tarde, através de um apaixonado por estas máquinas cá em Portugal, o Rui Carvalho, que estávamos basicamente a falar do maior preparador de Lambrettas de Inglaterra e também colaborador de vários fornecedores de peças pelo mundo fora, Alemanha incluída.
Explicada desta forma a qualidade da informação, claro que imprimi tudo e devorei cada paragrafo de tão rica informação. Passou a ser a minha leitura de cabeceira e apesar de me ter suscitado mais duvidas do que oferecido respostas, percebi que estava efetivamente a ler as palavras de alguém que sabia.
Tratando-se de alguém residente em Inglaterra, onde a cena scooterista, especialmente no que toca a Lambrettas, está muito desenvolvida e com alguma concorrência, seria de esperar que os textos não dissessem tudo. E não diziam.
Nas entrelinhas lá consegui ler um pouco mais, mas não tudo.
Como não sou mecânico logo não sou concorrência, decidi escrever ao autor explicando-lhe o que me faltava saber e porque queria saber.
A primeira resposta aos meus pedidos não foi satisfatória, mas após algumas insistências, ele lá me foi explicando o que eu pedia.
Coincidências do destino ou o que lhe preferirem chamar, ele tinha uma viagem de mota já pensada e que incluía uma passagem por Portugal.
Resolvi retribuir a gentileza sugerindo-lhe um ou dois trajetos por este nosso fantástico país, sugestões elaboradas pelo organizador do Portugal de Lés a Lés, Ernesto Brochado. Imagina-se assim a excelente qualidade do roteiro.
Incluída estava uma passagem por Lisboa e pelo Porto. E assim foi. Chegaram ontem e partiram há minutos. No entretanto tivemos oportunidade de ir jantar uma bela de um francesinha, claro, sendo que o Luís (Totti no fórum) veio de propósito da Figueira da Foz e o Duarte Marques de Mangualde.
Muita e boa conversa, sobre animais domésticos exóticos, passeios em duas rodas, a cidade do Porto e também sobre Lambrettas, claro, o que já estaria a levar a paciência da namorada dele ao limite.
Já hoje uma passeata de mota pela cidade, à qual compareceram além da minha Heinkel, duas DL conduzidas pelo Duarte Marques e diretamente de Aveiro, pelo Bruno Canha. Pois, tudo participantes do Lés a Lés.
Foram duas horas de um calmo rolar por locais como o Palácio da Bolsa, as Ribeiras do Porto e Gaia, a Afurada, Serra do Pilar, Fontainhas, Estádio do Dragão, Casa da Música, Castelo do Queijo, Barra dos Pilotos, Passeio das Virtudes, Edificio da Relação e Torre dos Clérigos.
Por fim lá os levei até à Auto-Estrada onde seguiram rumo a Bragança com passagem por Braga.
Poucas fotos tirei, mas como do que não há fotos, diz-se que não aconteceu, aqui fica um par.
É difícil tirar os olhos da Heinkel :)

Notam alguma semelhança nos Lambrettistas? Eu noto!

Um agradecimento especial ao Duarte, ao Bruno e ao Luís por comparecerem de longe e com tão pouco tempo de aviso.

6 de março de 2014

Kitanço Nagazoza 8 (The Drawback)

Para medir uma distância entre dois pontos, mede-se... a distância entre os dois pontos.
Pois, mas por onde medir? A resposta mais imediata seria a que a própria matemática sugere, ou seja em linha recta!
Mas nem sempre essa é a forma correta. Veja-se o seguinte exemplo.
A janela de escape deste cilindro foi alargada até aos 41mm seguindo as recomendações dos especialistas nestas modificações.
Para tal agarrou-se numa Dremel e num pequelisse e toca de ir tirando metal e medindo com a referida ferramenta até chegar aos tais 41mm.
O Sr. Ribeiro, com anos de experiência nos ombros, olhava desconfiado. Isso está a ficar muito largo. Os segmentos vão trancar. 
Até eu já estava a achar demais, mas o pequelisse indicava a medida correta.... até que exclamo: Isso não devia ser medido acompanhando a curvatura do cilindro?
Pois devia! E já estava com 48mm, portanto demais. Um cilindro estragado!
Ou talvez não. E se se encamisasse o cilindro? Até se podia alargar mais colocando uma ponte a meio de janela!
Veremos.