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14 de abril de 2013

Oporto Lambretta Day II


Já não coloco muita fé nos meteorologistas, e no clima ainda menos. Assim sendo, ao ver o astro rei dar um ar da sua graça e porque ultimamente engracei com a Lambretta e com a minha cidade, que afinal pouco conheço, tomei um relaxante muscular para combater a vibração que se adivinhava e saí.
Mais uma vez sem rumo, as rodas de 10" levaram-me para os lados do Freixo, por vielas, calçadas e escadas novas para mim. Algumas maltratadas pelo abandono, outras preservadas por escondidas. Pela calçada do Rego Lameiro atravessando o Bairro da Agra dei comigo na marginal de um Douro com uma cor a fazer jus ao nome e voltei a subir por uma rampa digna de o ser. Desci a lavadouros recônditos e visitei os escombros de uma derrocada recente. Subi à Sé para ver o mercado, a Rua Escura fica para depois, mas a dos Felames e a Travessa do Souto conheci hoje. A de São Sebastião bloqueou-me com escadas, mas escadas a sério foram as das Verdades e de Codeçal. Na Batalha espreitei a Rua da Madeira e a de Cimo de Vila. Rumei à Porta do Sol e entrei numa rua sem saída que afinal tinha uma saída com um metro de largura. A LI3 coube. Por algum motivo lhe chamam "Slimline". Vi uma noiva adventista e desci uma calçada minúscula com as mesas do restaurante cá fora. Misturei-me com os turistas na Ribeira e vi duas miúdas giras de scooter. Voltei a casa "respirado".


Travessa da Presa da Agra
Bairro da Agra

Presa da Agra
Presa da Agra
Rua do Rego Lameiro
Derrocada

Rua do Rego Lameiro

Calçada das Carquejeiras
Antiga Calçada da Corticeira
Fontaínhas
Lavadouro da Fontaínhas
Derrocada
Mercado São Sebastião, Sé
Sé do Porto
Rua do Felames e Travessa do Souto
Rua dos Felames
Rua S. Sebastião
Escadas do Codeçal
Praça da Batalha
Escadas da Rua da Madeira
Cimo de Vila

Rua de S. Luís

Rua da Porta do Sol

Casamento

Rua S. Nicolau
Largo do terreiro

Scooter Girls

Scooter Girls II



12 de abril de 2013

As Sacas da Heinkel, das Malas e do Cogumelo

E pronto.
Foi dar duas voltas pelas casas de desporto, abrir seis buracos, ir a uma casa de costura das tradicionais para colocarem uns ilhós metálicos e já está.
Fica com um aspecto... diferente, mas afigura-se útil.


11 de abril de 2013

A Heinkel, as Malas e o Cogumelo

A utilização de redes sociais, blogs e sucedâneos tem um lado positivo inegável, permitindo a aproximação de pessoas e a partilha de interesses comuns que de outra forma nunca aconteceriam.
Aliás foi graças a estes meios de comunicação que eu, em 2004, decidi e consegui restaurar a Heinkel. E depois disso vieram amigos, conhecidos, ensinamentos e mais scooters. Conheço gente com quem partilho este gosto que vive estilos de vida parecidos com o meu e outros bem diferentes.
Mais recentemente, a massificação do Facebook, abriu ainda um pouco mais os horizontes geográficos e comecei a partilhar mais informação com virtualmente todo o mundo. No inicio deste mês, num grupo dessa rede social, Steve Miller publica umas fotografias duma solução simples e eficiente de aproveitar o generoso espaço que a Heinkel tem à frente das pernas do condutor.



Mostrei-me interessado, principalmente porque ele referia que não eram feitas nenhumas alterações na mota e ele explica-me detalhadamente o sistema, feito apenas com uma folha de plástico maleável e uns parafusos de nylon


Como se tal não fosse já mais do que suficiente, vai até à sua oficina, corta mais um par de suportes, vai buscar um envelope e cinco dias depois


Sim, isto tudo sem eu lhe pedir nem ele me pedir nada. Claro que não sosseguei enquanto a "Jenny" não se viu aperaltada com os suporte, que apertaram à primeira, em cinco minutos se tanto




Agora só me falta tratar de encontrar as mochilas de tamanho adequado, cortar-lhes as alças, fazer os três buracos onde vão apertar os parafusos, com ilhós, obviamente e a brincadeira fica feita.
É aqui que acaba a parte técnica da história e onde se percebe também que existem pessoas que sem conhecerem com quem estão a falar, apenas unidas por um interesse comum, oferecem o seu tempo e até dinheiro para fazer um gosto a quem está do outro lado do Atlântico. Bem haja.
Mas a parte verdadeiramente interessante da história começa agora.
Agradado e curioso com semelhante disponibilidade, tentei saber um pouco mais sobre este senhor. Também pelas redes sociais, claro. É americano, casado, tem uma filha, creio estar reformado e... vive fora da cidade. No campo... Dentro de um cogumelo!
Sim, leram bem: Dentro de um cogumelo. Ou pronto, um cogumelo com outro colado. Ou talvez um cabaz de abóboras. Fiquei curioso. Ele anuncia-se como preferindo um estilo de vida autónomo. Virado para a natureza e aproveitando ao máximo o que ela nos oferece. E nesse sentido, uma habitação deste estilo, "Dome", como lhes chamam, parece conseguir uma eficiência energética maximizada. Parece ser quase como viver numa tenda esférica. com um fogão de sala a dominar o espaço, com a sala, a cozinha e tudo o resto a ocupar o imenso espaço como se de um "Loft" se tratasse e o que é mais surpreendente, construída por ele.









 Viram o tubo de cobre na chaminé do fogão de sala? Pois. É para aquecer a água. Viram o topo dos cogumelos (ou abóboras?) quase com chapéu? Pois. É para arrefecer o ambiente. E por aí fora.
Imaginei logo uma cidade feita destes cogumelos, que não o são, tratando-se na verdade de coisas que têm nome. Geodesic Domes . De repente lembrei-me de um trabalho que a minha filha tem estado a fazer. Fui ao quarto dela e


Visionária?

Mas voltando ao Steve, como fala dele próprio? Assim:

A researcher at heart. I have made my living for 30 years as a signpainter, but have been preoccupied with geodesic domes and autonomous living, I live in a dome I made and am working on internal systems now. I am married with one child. We do a lot of gardening.


 Como a cereja no topo do...cogumelo, tem uma Heinkel, 103A2, por vezes experimentada por... entusiastas da decoração corporal.





Todas as fotos, excepto as da minha Heinkel são de Steve Miller