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11 de abril de 2013

A Heinkel, as Malas e o Cogumelo

A utilização de redes sociais, blogs e sucedâneos tem um lado positivo inegável, permitindo a aproximação de pessoas e a partilha de interesses comuns que de outra forma nunca aconteceriam.
Aliás foi graças a estes meios de comunicação que eu, em 2004, decidi e consegui restaurar a Heinkel. E depois disso vieram amigos, conhecidos, ensinamentos e mais scooters. Conheço gente com quem partilho este gosto que vive estilos de vida parecidos com o meu e outros bem diferentes.
Mais recentemente, a massificação do Facebook, abriu ainda um pouco mais os horizontes geográficos e comecei a partilhar mais informação com virtualmente todo o mundo. No inicio deste mês, num grupo dessa rede social, Steve Miller publica umas fotografias duma solução simples e eficiente de aproveitar o generoso espaço que a Heinkel tem à frente das pernas do condutor.



Mostrei-me interessado, principalmente porque ele referia que não eram feitas nenhumas alterações na mota e ele explica-me detalhadamente o sistema, feito apenas com uma folha de plástico maleável e uns parafusos de nylon


Como se tal não fosse já mais do que suficiente, vai até à sua oficina, corta mais um par de suportes, vai buscar um envelope e cinco dias depois


Sim, isto tudo sem eu lhe pedir nem ele me pedir nada. Claro que não sosseguei enquanto a "Jenny" não se viu aperaltada com os suporte, que apertaram à primeira, em cinco minutos se tanto




Agora só me falta tratar de encontrar as mochilas de tamanho adequado, cortar-lhes as alças, fazer os três buracos onde vão apertar os parafusos, com ilhós, obviamente e a brincadeira fica feita.
É aqui que acaba a parte técnica da história e onde se percebe também que existem pessoas que sem conhecerem com quem estão a falar, apenas unidas por um interesse comum, oferecem o seu tempo e até dinheiro para fazer um gosto a quem está do outro lado do Atlântico. Bem haja.
Mas a parte verdadeiramente interessante da história começa agora.
Agradado e curioso com semelhante disponibilidade, tentei saber um pouco mais sobre este senhor. Também pelas redes sociais, claro. É americano, casado, tem uma filha, creio estar reformado e... vive fora da cidade. No campo... Dentro de um cogumelo!
Sim, leram bem: Dentro de um cogumelo. Ou pronto, um cogumelo com outro colado. Ou talvez um cabaz de abóboras. Fiquei curioso. Ele anuncia-se como preferindo um estilo de vida autónomo. Virado para a natureza e aproveitando ao máximo o que ela nos oferece. E nesse sentido, uma habitação deste estilo, "Dome", como lhes chamam, parece conseguir uma eficiência energética maximizada. Parece ser quase como viver numa tenda esférica. com um fogão de sala a dominar o espaço, com a sala, a cozinha e tudo o resto a ocupar o imenso espaço como se de um "Loft" se tratasse e o que é mais surpreendente, construída por ele.









 Viram o tubo de cobre na chaminé do fogão de sala? Pois. É para aquecer a água. Viram o topo dos cogumelos (ou abóboras?) quase com chapéu? Pois. É para arrefecer o ambiente. E por aí fora.
Imaginei logo uma cidade feita destes cogumelos, que não o são, tratando-se na verdade de coisas que têm nome. Geodesic Domes . De repente lembrei-me de um trabalho que a minha filha tem estado a fazer. Fui ao quarto dela e


Visionária?

Mas voltando ao Steve, como fala dele próprio? Assim:

A researcher at heart. I have made my living for 30 years as a signpainter, but have been preoccupied with geodesic domes and autonomous living, I live in a dome I made and am working on internal systems now. I am married with one child. We do a lot of gardening.


 Como a cereja no topo do...cogumelo, tem uma Heinkel, 103A2, por vezes experimentada por... entusiastas da decoração corporal.





Todas as fotos, excepto as da minha Heinkel são de Steve Miller

2 comentários:

  1. Fantástico...
    Esse é o espirito saudável!! Partilhar conhecimentos e experiências, fazer amizades nem que sejam virtuais...

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  2. Esse espírito de dar sem esperar nada em troca é uma maravilha.
    Os rins no avental ficam um pouco estranhos, mas a ideia é boa e útil. Na Decathlon têm umas mochilas pequenas que talvez encaixem bem aí.

    Abraço,
    Vasco

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