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26 de agosto de 2016

1989 Km ou Lés a Lés 2016

Há poucos alturas das nossas vidas em que conseguimos juntar uma mão cheia de condições divertidas.
A partilha de estradas retorcidas, em veículos improváveis, na companhia de amigos verdadeiros é uma delas. Uma vez por ano temos conseguido.
Nem avarias na véspera do arranque nos demovem de sair para a estrada.
Depois de meses a gerir a vida pessoal, desligar de tudo e fazer-me à estrada, devagar, na minha Lambretta LI de 1963, acompanhado por amigos que percebem, sem ser precisa explicação, a (i)racionalidade da escolha de viajar por este lindíssimo pais nestas pequenas máquinas, é a minha melhor terapêutica.
O Lés a Lés é já uma desculpa, um motivo, uma base. Para partilhar a descoberta de caminhos e locais escondidos, quase secretos, as conversas despreocupadas, as reparações de beira de estrada sempre com boa disposição e as mãos sujas de óleo. Passar dias a quase sempre liderar uma imensa caravana organizada, de mais de um milhar de motos grandes, desafiando os limites das nossas em cada curva, não deixa espaço para os nossos limites físicos perceberem que estamos a conduzir à 12, 13 ou 14 horas seguidas. Acordar às 4:30 h da madrugada nem custa. Abastecer, esticar as pernas, fumar em menos de dois minutos é já o normal.
As conversas técnicas ou brincalhonas pelos intercomunicadores, os diagnósticos de potenciais falhas feitos em pleno andamento, as garrafas de óleo de mistura perdidas nos ressaltos dos caminhos, as provas de velocidade de ponta a 90 Km/h, os escapes raspados das curvas, pneus que rolam até ao limite lateral do piso.
Manetes soltas que imitam falhas iminentes, motores gripados que voltam a funcionar graças à força de pernas, autocolantes que arrancam tinta, luzes de stop que não desligam, porta bagagens que se soltam, embraiagens que escorregam, cabos de velocidades que se soltam.
Um caldeirão de emoções, liberdade, amizade, desafio.
Ficam para sempre as memórias e o viver dos momentos. Algumas imagens ajudam a voltar a sentir.
Não somos um grupo fechado de amigos, mas existe um núcleo.
Obrigado Vasco.
Obrigado Paulo.
Obrigado Miguel.














 











Fotos 5,6, 8, 10, 11, 14, 15 e 17 by Paulo Ministro. Foto 16 by Xassos Urban Cup.

Bons momentos by Vasco, Paulo, Miguel e Rui
















1 comentário:

  1. Obrigado eu, pela saudável camaradagem, pelas parvoíces que vamos dizendo no rádio ao longo do percurso, pelos dotes de McGuyver quando é necessário desenrascar alguma solução mecânica menos ortodoxa à beira da estrada, por seres meu colega de equipa ao lado da incrivelmente bela, rápida e gulosa Lambretta.

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