Com o sussurro grave da Heinkel a fazer coro com o ronco abafado da Lambretta, os Km's sucediam-se em instantes de puro prazer, mesmo que a exigirem atenção redobrada pelo estado da estrada.
Sabes que está a chover muito, quando apesar do casaco forte e do impermeável, as gotas de água picam-te os braços como se de agulhas se tratassem. Sabes que está a chover muito quando a água chega ao estrado da Heinkel como se estivesses a atravessar uma ribeira.
A viagem para o Tamanco estava para ser feita a solo, mas graças ao Paulo Salgado, a Heinkel partilhou a estrada com a elegante Lambretta SX200 e eu ganhei a imagem do Paulo no retrovisor.
Já tardava a oportunidade de apreciar a estrada na tua companhia.
Mesmo com a meteorologia a exigir um esforço redobrado da nossa parte, o conhecimento que temos das nossas máquinas e os Km's de estrada já vividos, permitiam-nos viajar em perfeita simbiose.
Obrigado.
Chegados ao Camping abençoamos a inédita escolha dos Bungalows. Dificilmente as tendas suportariam o caudal da chuva que se prolongaria intermitentemente por todo o fim de semana. Adicionalmente proporcionavam um bom local para as conversas noite fora, na companhia de amigos e de uma boa bebida.
Mais reduzido em número de participantes, o fim de semana compensou em actividades.
Refeições em restaurantes, conversas com locais, um ou outro copo em espaços interessantes e claro a passeata com curvas giras a desafiar o amigo numa qualquer estrada retorcida.
O Bungalow ainda albergou na sala um ou outro campista, que desistiu de testar a impermeabilidade da sua tenda a estrear e uma visita ao parque mostrou-nos mais algumas possibilidades diferentes de alojamento, talvez a considerar para futuras estadias.
Gente estreante nestas lides como o Nuno ou o Canha não deixaram os seus créditos por mãos alheias e mesmo de Honda Today, o Luca nunca se atrasava demais.
As famílias Marrazes e Totti nem por causa dos "Nenucos" ficaram em casa. Parabéns a eles e a elas.
No regresso, a três, o autocolante na lateral da Lambretta do Canha lembrou-me os momentos do Lés a Lés deste ano, sobre os quais ainda não escrevi!
A escala em Aveiro foi justificação para uma magnífica refeição a cargo dele, numa esplanada sobranceira à Ria, onde navega ainda um moliceiro do Bruno Canha. Não o experimentamos, mas ficará para uma próxima.
A partir daí éramos de novo eu, o Paulo e a chuva.
Até ao Porto onde fiquei, o ritmo foi rápido e regular, com a Lambretta a provar que afinal consegue quebrar a barreira dos 100Km's sem reabastecer.
Obrigado a todos por estes bons momentos. Gostava que o próximo fosse já agora, mas a espera também apura os sentidos.
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