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1 de agosto de 2014

As cicatrizes são dela

A menina voltou hoje a casa, mesmo a tempo de me levar amanhã à Festa da Moto.
Deixou na Motocentral pó e algum lixo do carburador e trouxe uma relação de transmissão nova, embraiagem mais leve, cablagens com interior em nylon e um ou outro parafuso novo.
Manteve as cicatrizes e as tatuagens. São dela e mereceu-as.
Esta noite descansa protegida por uma "véu" bem a seu gosto....





4 comentários:

  1. Ehehehe a menina de volta a casa. Depois diz como está a relação.

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  2. Rui, uma opinião muito pessoal: ao contrário da Heinkel, que até tem muito mais história para ti do que esta Lambretta, e que restauraste - e bem - , acho que restaurar esta Lambretta com as cicatrizes que tem vai ser uma tentação muito grande (conheço-te), mas talvez não faças bem. Está linda e autêntica assim como está, e apagá-la do que essa memória lhe deu talvez não cole bem numa máquina como esta. Noutras sim, nesta talvel não. Acho que a esta Lambretta não vai chegar olhar para as fotografias cheias de lama e pó de Junho. Talvez tenha mesmo que ficar assim.

    Um abraço,
    Vasco

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  3. Efectivamente essa decisão anda a fazer-me comichão há muito.
    Quem me conheçe sabe que gosto de ter as "meninas" bonitas e que me agradam os meses a procurar esta e aquela peça.
    A Heinkel tinha de ser restaurada. Primeiro porque as histórias dela vivem na minha memória e porque decidi apagar os anos de abandono a que injustamente a sujeitei no passado.
    A Vespa porque não é bonita. Gosto de coisas bonitas. As coisas menos bonitas melhoram com maquilhagem.
    A Lambretta...... bem a Lambretta é uma história muito diferente. Tão diferente que não a entendo.
    Ela tem história, mas conheço-lha pouco.
    E depois tem a história comigo, que está ainda a ser construída.
    E essa história deixa apontamentos. Apontamentos que merecem permanecer. Que servem para recordar e mostrar.
    Decidi ontem.
    Na Festa da Moto, uma menina de uns cinco anos estava a ser fotografada pelo pai junto da Lambretta. Aproximei-me tentando não perturbar o momento.
    É uma Lambretta. Ja velhinha e que já andou muito, comenta o pai.
    Pouco convencida a petiz torcia o nariz enquanto andava à volta dela.
    Papá, papá, exclama. Tens razão, olha aqui um dói dói.

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