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3 de dezembro de 2015

Heinkel, a trilogia

Em 2008 de Bragança a Sagres, em 2009 de Boticas a Olhão e agora de Sabrosa a Albufeira, a minha Heinkel, do alto dos seus 55 anos de idade, continua a ser a companheira de aventura que me acompanha desde os meus 16 anos. Construída em terras Alemãs, adquirida pelo meu avô, usada pelo meu pai e agora na minha alçada, promete continuar a proporcionar km's de prazer por tantas gerações mais quantas quisermos.
O Lés a Lés tem sido a desculpa para estes passeios e os meus amigos a companhia indispensável.
Sempre soube que fazer um passeio deste tipo, acompanhado por mais de um milhar de motos potentes, numa vetusta senhora de rodas de triciclo, com um pequeno motor de 9 Cv, sem qualquer modernice tecnológica, não seria fácil. E por isso mesmo o fiz. Três vezes. Porque me apeteceu. Porque me quis desafiar. Porque tinha tudo para correr bem.
Neste tipo de "sagas" há muito a ter em atenção.Ou talvez nem por isso. Talvez apenas três coisas.
-Vontade, para que o destino seja a própria viagem e essa nunca me faltou. O Lés a Lés para mim dura 12 meses. Doze meses em que preparo, penso, espero.
-Confiança. Confiança num técnico. A Motocentral tem sabido exceder-se em cada projeto que lhes proponho, preparando as minhas máquinas como se eu fosse um piloto de fábrica de renome. Vendo e revendo tudo inúmeras vezes. Corrigindo e afinando como se estivessem a mexer num relógio suíço. Trabalhando noites fora.
-Amigos. Atravessar o país por estradas esquecidas, paisagens deslumbrantes, caminhos empoeirados ou serras deslumbrantes menos interesse terá sozinho. A minha "equipa" tem vindo a aumentar a cada ano que passa. Primeiro éramos eu o Vasco. Depois apareceu o Paulo e o Duarte. E o Miguel. E o Castanheira.
A eles não preciso explicar porque é que não vim nesta ou naquela mota, Nem porque me apetece ir devagar ou depressa. Nem porque me perdi. Nem a eles porque lhes apeteceu parar. Ou andar. Sentimos todos vontade idêntica de lá estar. De ir. Sem preocupações, sem querermos espreitar à frente no Road-Book ou tomar atalhos para chegar a onde quer que seja. Preferimos a surpresa, o passeio, pois a viagem é que é o destino.
Hoje, 3 de Dezembro, marcamos a ultima estadia do Lés a Lés de 2016. Vamos de novo aproveitar cada Km deste magnifico país onde temos a sorte de viver.
Vamos sair de onde chegamos em 2015, Albufeira. Cidade tão mal tratada por recentes temporais, que quase fizeram desaparecer a praia de onde sairemos, mas que está a mostrar porque é a capital do turismo Algarvio.
Vamos saborear cada metro até ao Buçaco, onde viajaremos dentro da mata, até ao palanque. Retemperaremos as nossas forças no Luso, de onde arrancaremos rumo a Vila Pouca de Aguiar.
Com dois dias de passeio antes para chegar a Sul e mais um para regressar a casa, antevejo quase seis dias de liberdade em duas rodas.
Desta feita tenciono levar a Lambretta que gosto de chamar "Handa Nagazoza", a minha italiana endiabrada, a única que nunca quis restaurar e que me trouxe já em 2014 de Lagoa a V.N.Gaia.
Este ano foi assim:



















 





Fotos 3 e 10 do Castanheira


2 comentários:

  1. Boas Rui,
    O LaL é de facto um marco e este por ter sido o meu primeiro ainda foi mais especial. Claro que a companhia também o tornou ainda mais especial.
    É de facto como dizes, acaba um e já se pensa e prepara o próximo.
    Espero conhecer daqui a meio ano a tua Handa Nagazoza. Algo me diz que irei ter mais dificuldade em conseguir acompanhar esse "canhão". :D

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  2. A Handa Nagazoza é um chasso como outro qualquer. No entanto gosto dela por ter participado activamente na reparação/transformação do seu motor. Resta saber, depois da coça que lhe dei no LAL 2014, como estarão as entranhas dela. Veremos.

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