Número total de visualizações de páginas

2 de fevereiro de 2022

A Vanettencarnada IV ou reparações sem importância nenhuma, segunda vaga...

 

A Nissan Vanette foi um sucesso um pouco por todo o mundo, com especial relevância para a América Latina, Ásia e Espanha. Em portugal nem tanto. A Toyota com a intemporal Hiace conseguiu ocupar esse nicho de mercado de forma mais ampla. Ao contrário, os nossos vizinhos Espanhois até as fabricavam e gostavam especialmente desta versão "quadrada", a C220. Existiam variantes para carga, para 5 e para 8 passageiros Algumas ainda hoje são usadas todos os dias tanto para carga como para transporte de passageiros. O motivo deste sucesso explica-se numa imagem:

Aceitei então a oferta para acompanhar um amigo, o Carlos Barros, numa incursão a terras Galegas, onde ele se desloca amiúde para se abastecer de peças usadas principalmente para Vespas e sucedâneos. Tinha-lhe falado que me faltava a grelha frontal da carrinha e mais uma mão cheia de peças.

Lá fomos. Chegamos a Vigo por volta da hora do almoço e claro fomos primeiro saboraear uma Tapas. Recompostos seguimos por estradas e caminhos manhosos até um terreno quase baldio, de onde surgiu um tipo de uns três metros de altura por dois de largura decorado com tatuagens diversas! Espera aí, estás à espera que eu negoceie com um tipo deste tamanho? Não te preocupes, ele é um metaleiro simpático. E era, de facto, um "amistoso gigante". Seguimo-lo por entre barracos e telheiros com o meu amigo a aproveitar para negociar logo um Vespino e umas duas ou três scooters mais uma bicicleta que por lá estavam atiradas. Chegamos a uma cave manhosa onde em cima de uma mesa estavam já dispostas e limpas várias peças soltas de Vanette. Escolhi o que precisava e por pouco dinheiro trouxe uma roda suplente, a grelha frontal completa, o manipulo das luzes e piscas e ainda uma tampa central dos cubos das rodas. Ainda discuti o preço de um suporte de bateria mas desisti porque estava demasiado apodrecido. Para isso serve-me o que já tenho.

Por mim estava tudo tratado. Mas antes de carregarmos a carrinha ainda nos "obrigou" a ir ver a Vanette dele (sim, por lá este modelo começa a ser quase um culto). Foi provavelmente a Vanette mais feia que já vi, mas percebendo a vaidade que ele tinha nela não o deixei transparecer. Os meus olhos lacrimejavam ao observar as capas dos bancos em tigresa, o tecto e laterais em veludo azul de pelo comprido, o tapete a imitar persa no chão da caixa de carga e a bailarina pendurada no retrovisor. Sorri simpaticamente elogiando o bom estado de limpeza da carrinha.

Mal cheguei a casa instalei de imediato a grelha. Ficou com um ar bem menos "desdentado"


Agora era oportuno limpar bem as luzes, ou seja farois e piscas.

Com os piscas e luz de presença foi fácil. Desmontar, limpar muito bem e remontar.


Já um dos faróis exigiu alguma atenção adicional. O vidro estava partido e tinha até um furo.



Podia remediar com silicone mas como o refletor também já tinha sido afetado pela quantidade de água que estava dentro, decidi ir à procura de outro farol. E encontrei, Com a designação certinha :)

É uma peça usada mas estava em perfeito estado.


Gostei do resultado final

O do lado direito precisou de atenção no parafuso do afinador, mas claro que o Hugo Cardoso da Opolab resolveu de imediato o problema:



Em validação do resultado final resolvi olhar também para as luzes traseiras. Um dos farolins estava com bom ar, mas o outro nem por isso. Consegui encontrar um "New Old Stock" e o outro só precisou de limpeza, lampadas novas e um jeitinho na fiarada




1 comentário:

  1. Mesmo na América Latina, onde muitas foram importadas já usadas do Japão em países como Paraguai, Bolívia e algumas ilhas do Caribe, a Nissan Vanette é menos comum que a Toyota HiAce. Lembro-me de haver visto algumas com matrículas paraguaias, e somente uma com matrículas brasileiras que também parecia ter vindo já usada do Japão (a porta de correr ficava do lado esquerdo) ingressou ao Brasil a serviço de uma organização religiosa.

    ResponderEliminar