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24 de junho de 2017

O da "xinesa"

Apareceu há uns tempos e continuou.
O Miguel Lázaro é familiar do meu companheiro de equipa dos Lés a Lés.
Talvez entusiasmado pelos relatos dos nossos passeios, começou a olhar guloso para as máquinas que o Vasco guarda na garagem. Por reconhecer os bons momentos que estas rodaspequenas proporcionam e talvez com saudades dos seus tempos da "Zundapp de seis", não sossegou enquanto não teve uma. Optou e bem, por uma moderna Sym GTS, uma scooter de "plástico" fiável até ao ultimo parafuso, tendo alinhado logo connosco desde o LaL de 2014.
Sendo um motociclista da geração da lei das 125cc, que há muito não usava as duas rodas, resolvemos de inicio, manter um olhar atento na sua postura na estrada, mas rapidamente percebemos que conduzia com uma desenvoltura idêntica à de quem tivesse passado anos a conduzir motas. Pela regularidade da sua condução e fiabilidade da sua scooter, ganhou de imediato o dever de ser a nossa ancora no transporte de sacos grandes, gasolina e ferramenta. Como não avariava, dava-nos um sossego mental a toda a prova.
Soube sempre aliar à simpatia natural uma boa disposição inigualável e uma capacidade de lidar com escolhas de grupo, tudo no medida certa.
Um ano depois resolveu subir de nível. Agradeceu à "xinesa" os bons momentos e trouxe para casa uma PX125 velha. Daquelas que tanto gostamos. Habituado a bricolage em diversos níveis, depois de poucas horas na garagem, anunciou que estava pronto para o próximo Lés. Numa mistura de sentimentos percebemos que ele tinha finalmente chegado à escolha que lhe permitiria viajar desconfortável, com as mãos sujas de óleo e a roupa a cheirar a fumo, sem saber de que forma iria desenhar a próxima curva, qual o parafuso que cairia a seguir, enfim todas as situações que nos divertem e desafiam quando optamos por máquinas destas. Mas por outro lado tínhamos perdido o único veiculo verdadeiramente fiável na equipa que se propunha continuar a vadiar de scooter. Também nós assim subíamos de nível. Agora seria mesmo sem rede.
E continuou a correr tudo na mesma. Sem duvidas continuou a acompanhar os nossos devaneios scooteristas sempre com um sorriso estampado no rosto, disponível para qualquer ajuda e qualquer caminho.
Há dias alinhou connosco num passeio pela Península Ibérica. De novo mais que integrado no espírito, este amigo de trato fácil não se acanhou em sujar as mãos em intervenções mecânicas de beira de estrada nas motas dos outros, que muitos teriam dificuldade em levar a cabo numa oficina bem equipada.










Obrigado Miguel





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